terça-feira, 19 de junho de 2012

O que a maternidade fez de mim?

A maternidade me fez descobrir que as mães tem um mundo próprio e linguagem à parte. Betahcg, mecônio e sling são palavras que nem suspeitava existir há pouco tempo atrás. Em pouquíssimos meses nos tornamos especialistas em obstetrícia, amamentação, sono infantil e até em cocô... afinal o google está ai para ajudar as mães desesperadas de última hora... Atire a primeira pedra quem nunca, no ápice do desespero,  pediu conselho ao google, do tipo: "bebê não faz cocô dicas".

Assim que você engravida, todas as outras mães do mundo te olham diferente, como quem diz: Hei você,  agora é uma das nossas e nem adianta comprar passagem de volta! Ai que meda! Entrou para o mundo das mães! É como se fosse a credencial para entrar numa seita supersecreta, onde você receberá logo, logo os superpoderes! E confesso: tive muito medo disso tudo!

Aos poucos, fui descobrindo que os superpoderes que eu acreditava que todas as mães tinham, nada mais eram que habilidades que fui aprendendo e aprimorando ao longo da carreira de mãe...

A maternidade me transformou numa pessoa muito mais forte, que aguenta cada tranco digno de lutador de UFC, mas me transformou também em uma pura manteiga derretida ... me derreto a cada sorriso, a cada palavrinha nova aprendida...e acho tudo, tudo mesmo o que ela faz a coisa mais linda desse mundo...

A maternidade me fez também uma pessoa muito mais sensível à tragédia humana. Não consigo mais olhar para um mendigo sem pensar em sua mãe... e imaginar que ela jamais sonharia com tal situação para seu filho...fico pensando no laço que se perdeu e às vezes me apavoro com isso...

A maternidade me faz sair correndo do trabalho para encontrá-la o mais rápido que posso, desejando, com todas as minhas forças, e a oração da serenidade em mente, que não haja recorde de trânsito, só por hoje!

A maternidade me fez enxergar que cada fase ultrapassada nesse video game é mais gratificante que elogio de chefe e bônus de final de ano juntos, mas que o cargo de mãe não permite folga ou acomodação no papel, já que os novos desafios virão em questão de dias...afinal, é preciso estar atento e forte, não é Gal?

A maternidade me fez entender que inevitável é o tempo, que o filho cresce, mas que o desejo de mantê-lo nos braços perdurará por toda a existência...

E Cazuza, como todo grande sábio, mesmo sem pertencer ao grupo ultrasecreto das mães, conhecia o seu maior segredo: Só as mães são felizes!...e juro que a maternidade apesar de todas as suas contradições e descompassos fez de mim uma pessoa melhor e muito, muito mais feliz!

Um comentário: